quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A chegada de médicos cubanos ao Brasil

 Reportagem transcrita do site "Último segundo" (IG). Um grande tema para 2014!!!

"Foram atitudes truculentas, incitaram o preconceito e a xenofobia", disse Padilha, que hoje visitou o líder do PR no Senado, Antonio Carlos Rodrigues (SP), para pedir apoio à medida provisória do Mais Médicos.
"Eles (os médicos de Fortaleza) participaram de um verdadeiro corredor polonês da xenofobia, atacando médicos que vieram de outros países para atender a população apenas naqueles municípios onde nenhum profissional quis fazer atendimento", disse Padilha.
Matheus Britto/AImagem/Futura Press
Parte dos médicos cubanos desembarcou em Recife
Ele afirmou que o governo vai insistir no programa, tirando dele qualquer conotação ideológica e partidária. "Até porque o primeiro governo a buscar médicos em Cuba para atender no Brasil foi o governo do PSDB. Fernando Henrique era o presidente da República e o governador de Tocantins (Siqueira Campos, hoje no PSDB, que trouxe os médicos) era do PFL."
Segundo Padilha, o governo recebeu apelos de todos os prefeitos, de partidos do País todo por médicos que possam trabalhar em seus municípios. Na manifestação em Fortaleza, os médicos locais gritaram: "Escravos".
A manifestação foi liderada pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, José Maria Pontes. O governo teve que pedir reforço policial quando os médicos brasileiros tentaram invadir o prédio, depois de cercar todas as saídas, obrigando os cubanos a permanecer por mais 40 minutos no saguão da escola, enquanto autoridades tomavam providências para evitar um conflito maior. A polícia acompanhou o protesto de perto, mas não interveio.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Mensagem na garrafa

Amigos,

Mais uma vez, venho me desculpar pelas minhas ausências...

O problema é que, por mais que eu tente e por mais que eu queira, não sou Superpoderosa.

Filhos, família, aulas, alunos, provas, estudos, tese... Alguma coisa tinha de ficar para  trás. Esqueci o blog. Esqueci alguns aniversários. Mas sintam-se todos abraçados, beijados e amados.

Neste momento, estou precisando de um colo. De um afago na cabeça e de um "não desista". Aceito mensagens de solidariedade.

Dizem que escrever é um ato solitário. É mesmo. Dói na alma...

Aqui estou, náufraga num mar infinito de semioses ilimitadas. Só.

O silêncio e eu.




sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Gente boca-aberta

Hoje, mais do que nunca, (re)descobri que o mundo está repleto de gente boca-aberta, de pau pequeno (risole, né Kitty?). Gente que adula mas que por trás puxa tapete. Gente que entrou no mercado de trabalho ontem, mas que já acha que está por-cima-da-carne-seca. Gente que veste a fantasia de coelho, mas que tem as garras afiadas. Gente que deve achar que o mundo é feito só de comércio, mas que esquece que profissionais também podem ser amigos. Gente que não merece ser chamada assim, porque ainda é pedra, no sistema evolutivo.

Para esse tipo de criatura eu desejo o céu. Não o céu católico, mas o topo da pirâmide. Que esse povo cresça, pise nos outros, faça fofocas e maledicências; roube, trapaceie, minta, suborne e, se der, que matem pelo emprego.

Aí depois, eu desejo a lei do retorno. Que caiam do alto e que fiquem sozinhas, sem amor e sem ninguém. Pode notar que esse tipo de gente infeliz não tem amor, não tem filho e não tem ninguém. Como diria o meu pai, são "figueiras do inferno"!

Nesse dia em que o mundo desmoronar, quero estar lá para ver e, rancorosa e escorpianamente, não fazer nada para ajudar.

Sarcástica, vingativa, má: mas sempre eu mesma! Eu, sem pai, mãe, parente, político ou qualquer um para me proteger, porque a minha competência intelectual e cognitiva me permitem não ter de me esconder atrás de ninguém. Graças a Deus!

Pronto, falei!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Aqueles dias...

Sabe aqueles dias em que você quer um amor para lembrar?

Que você quer praia, serra, rede e mar?
Um afago na cabeça, cheiro de mato e garoa na janela?
Aquele dia em que o mundo está explodindo lá fora,
mas você não está nem aí, porque está
a dois
sob os lençóis?

Aquele fim de semana no campo, quando você se esquece de tudo,
trabalho, trânsito, problema?
Aquele dia em que você acorda, recebe uma mensagem e pensa
"A vida vale a pena"?

Aquele dia em que o cabelo ajuda,
a roupa combina,
a impressora funciona,
a balança estaciona
o perfume impressiona?



Pois é, eu queria que ele fosse hoje...







quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Adeus a Rafinha


Rafinha boa,
Rafinha menina-bonita-do-laço-de-fita,
Rafinha sempre de bom humor,
com aquele sorrisão largo nos lábios...
Rafinha, linda, no auge de sua mocidade...

Imagino Rafinha chegando no céu:
- Licença, São Pedro...
- Entra, Rafinha, a gente estava com saudade...


Homenagem singela à minha querida ex-aluna Rafaela, que nos deixou na última semana. Foi voar num céu azul, repleto de passarinhos...

sábado, 15 de setembro de 2012

De Giovana para Gabriel

Para entender melhor a postagem de hoje, favor ler o texto de Zuenir Ventura que se encontra abaixo.

Volta Redonda, 14 de setembro de 2012

Prezado Gabriel,


Você não me conhece, mas meu nome é Giovana (eu também me chamaria Gabriel se fosse menino!!!), moro em Volta Redonda e tenho cinco meses de idade. Não, não sou prodígio; é a minha mãe quem escreve esta carta para você. Vou te explicar o motivo: aqui em casa é hábito a minha mãe ler o jornal alto para o meu pai. Ela faz isso toda vez que encontra alguma coisa que ela gosta. Como eu e meu irmão Artur somos pequenos ainda, ouvimos as coisas e vamos pensando no futuro do Brasil, país governado pela sua vó Dilma. E vó é vó, convenhamos. Por isso escrevo: pra você falar umas coisas para a sua, porque ela deve te ouvir.


Sabe, o meu irmão Johan nasceu no ano em que o seu tio (emprestado) Lula ganhou as eleições, em 2002. Na época, a minha mãe escreveu um bilhete em um caderno para que o meu irmão lesse um dia, quando crescesse. Nele estava escrito: "Filho, que você tenha um futuro muito diferente do meu, pois hoje, pela primeira vez no país, a esperança venceu o medo". Lindo, né? Mas parece que não foi bem assim que ela sonhou. Hoje, dez anos depois, a minha mãe, que é professora, está ganhando mal, sendo super desrespeitada por um monte de patrão e, ainda, está pagando uma fortuna de imposto de renda. É verdade que ela paga muito porque trabalha muito, mas será que você não pode pedir a sua avó para olhar mais para os professores do país? Será que eles não podem ganhar uns descontinhos na compra dos livros e nas viagens que eles precisam fazer para estudar mais? Fala aí com a sua avó... Os professores amigos da minha mãe estão quase desistindo da profissão e eles são muito legais... Se a gente não tiver professor bacana, como vai ser a nossa formação na escola?


E tem mais. Aqui em casa, Gabriel, a gente é honesto. Nossas contas estão pagas, a gente tem roupa e comida, graças a Deus, mas ainda falta bastante para os meus pais conseguirem comprar uma casa... Minha mãe e meu pai são trabalhadores e eles estão muito tristes, pois tem um monte de gente falando à beça na TV sobre umas coisas de eleição, mas eles não estão vendo em quem votar. Parece que tem muita gente envolvida numa tal de corrupção, que é um negócio de roubar dinheiro que seria do povo, para que todo mundo tivesse educação, escola e saúde de qualidade. Eu não quero fazer fofoca, mas algumas dessas pessoas que estão roubando são amigas da sua avó... Pede pra ela abrir o olho e fala para a sua avó que é feio ficar trocando voto, hein? A gente mora numa democracia e voto é coisa muito importante para o direito do cidadão...


É isso, Gabriel. Foi muito bom poder falar com você. Quem sabe a gente não se encontra aqui um dia, em Volta Redonda, numa época de Copa ou Olimpíada? Fiquei sabendo que muita coisa vai acontecer por perto da minha casa. A gente pode até marcar de tomar um Nescau, que tal?

Um beijo pra você e outro pra sua avó.

Giovana

P.S.: Antes que eu me esqueça, acho muito chique morar num país que tem uma mulher presidenta. Quem sabe, um dia, eu não tento também?

De Alice para Gabriel

Prezado Gabriel: Como não tenho o seu e-mail, resolvi usar o lugar onde meu avô escreve (ele deixa eu usar tudo que é dele) pra fazer um pedido à sua Vó Dilma, que eu soube na creche que manda no país (vou falando e ele vai escrevendo). Me contaram que ela manda mais do que meus três avôs, minhas três avós, minha bisavó e meus pais juntos. Me disseram também que ela é brava, durona. Mas deve ser lá pros ministros dela, não pra você, não é mesmo? Avô e avó foram feitos pra agradar a gente, pra fazer nossas vontades, tudo que a gente quer. O que seria de nós se não fossem nossos avós, hein? Mas também o que seria deles sem nós? Pai e mãe são muito chatos: querem que a gente coma tudo, que durma na hora certa, que não chupe bala e nem beba refrigerante, tudo aquilo que a gente pode fazer na casa de nossos avós, onde nada é proibido.

Como moro pertinho de minha Vó Mary e meu Vô Zu, eles vão me buscar na creche quase todo dia, e a gente conversa muito. Tudo eu quero saber o porquê. Por que eleição? Por que candidatos? Eles me explicaram direitinho e eu também queria votar. Mas eles disseram que só quando eu for bem mais grande. Mas na minha turma a gente também brinca de escolher. Eu tenho alguns candidatos a me namorar, mas eu escolhi um só, e a professora não se meteu. Já sua avó está se metendo pra ajudar quem é do partido dela. Repete pra ela o que às vezes ouço de mamãe: "Não faz isso que é feio." É o que eu queria que você pedisse a ela.

Quando você vier ao Rio, me procura. Eu já disse que tenho namorado, não podemos "ficar". Também porque sou mais velha, tenho quase três anos e você, dois, é um pirralho. Mas podemos ser bons amigos e eu posso te levar na praia e no teatro. Um beijo na bochecha, não na boca, da Alice. Meu avô manda recomendações à sua avó.


(Texto de Zuenir Ventura, publicado em O Globo de 14 de setembro de 2012)